terça-feira, 9 de outubro de 2007

Objetivos do curso!

"Objetivos [do curso]

  • estudar o saber-pensar, o saber-fazer [1], o saber-estar e o saber-ser das culturas midiáticas, seus sentidos, estatutos, condicionantes, eficácias, singularidades,
  • matizar historicamente a elaboração da linguagem e seus significados por meio dessas mídias.
  • nuançar a partir e dentro da antropologia o lugar e os significados destes processos comunicacionais e de elaboração dos sentidos que são instituídos pelas mídias e pelas produções audiovisuais,
  • privilegiar histórica e conceitualmente o debate do saber-fazer e da técnica na sociedade a fim de embasar uma boa formação de domínio da linguagem destes meios por parte do graduando,
  • implementar oficinas de produção e realização,
  • garantir um a formação dos estudantes com familiaridade com as linguagens e referências das Ciências Humanas e da área de Tecnologia das mídias.
  • formar um profissional capaz de dialogar interdisciplinariamente sobre culturas das mídias.
  • o ensino decorre das práticas de pesquisa de professores e estudantes.
  • o processo de ensino-aprendizagem exige freqüência cultural, social e tecnológica nesta área.
  • esmiuçar os significados ético-político explícitos e implícitos. Estes aparecem em situações cotidianas (por exemplo: a negociação entre fotógrafo e fotografado; a forma de disponibilizar dadas informações e transformá-las em banco de dados, definindo seu lugar de memória e sua acessibilidade; a questão da distribuição e divulgação de uma obra audiovisual), conjunturais _ acerca da negociação de contratos de produção ou maneiras de redigir a crítica sobre determinada obra -, bem como naquilo que se coloca como conduta do profissional – esta formação profissional proveniente da universidade pública, por exemplo, não deve se curvar com a pedofilia para esclarecer, desde já, a questão. Estes problemas de saber-ser e saber-estar atravessam todas as disciplinas em menor ou maior escala, contudo sempre é motivo de discussão em sala de aula quanto aos modos de intervir e configurar a esfera pública. "

Trechos extraídos do texto de criação do curso; atualizado em Março de 2007

(1) Saber-fazer retoma a noção antiga de technè como comentou Philippe Dubois: Segundo J.-P. Vernant, os gregos, dotados de um 'verdadeiro pensamento técnico' , entendiam-no em um sentido fundamentalmente 'instrumentalista' , os tchnai sendo assimilados a um conjunto de ' regras do ofício', a um 'saber prático adquirido pelo aprendizado' e visando exclusivamente à eficácia e à produtividade ( a exigência do sucesso no resultado é a única medida da 'boa técnica'). A noção de technè na Grécia clássica é uma categoria intermediaria do fazer: pesar de liberta das esferas do mágico e do religioso da época arcaica, ela ainda não se inscreve completamente no domínio da ciência, que definira época moderna... a technè remete à idéia de um instrumento ao qual o homem recorre para lutar contra uma potência superior , em particular a da natureza. Ele pode assim dominar uma força que lhe escaparia sem tal instrumento e que, uma vez controlada e canalizada para os seus fins, lhe permite ultrapassar certos limites.
O autor refere-se ao artigo Remarques sur lês forms et lês limites de la pense technique chez lês Grecs de Vernant publicado em Mythe et penseé chez lês Grecs. Paris: Maspero, 1974, p. 44-64. A citação de Dubois encontra-se em Máquinas de imagens: uma questão de linha geral. Cinema, vídeo, Godard . São Paulo: Cosac Naify, 2004, p. 32, n. 2.

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